
Domingo de manhã, Carol acordou cedo demais, não porque estava sem sono, mas porque não conseguia parar de sonhar a mesma coisa.
Levantou-se, foi ao banheiro e jogou água no rosto, se olhou no espelho e percebeu que havia ido dormir sem retirar a maquilagem, estava com uma aparência assustadora, o lápis havia borrado até suas bochechas. Levou um tempo lavando o rosto, até recuperar a aparência normal, de uma pele branca e pálida.
Andou até a cozinha, colocou um caneco com água no fogo para fazer café e começou a lavar o resto de louça da noite anterior. Estava fazendo tudo automaticamente, pois sua mente estava em outro lugar, ocupada com um sonho que não era a primeira vez que se repetia, mas era a primeira vez que sentia que iria enlouquecer se tanto pensar nisso.
Os pensamentos de Carol tinham nome e sobrenome, Vítor Casarin, responsável por despertar sentimentos que ela jamais havia sentido, sem dúvidas o diagnóstico de Carol era claro, estava completamente apaixonada.
Carol era figurinista de uma emissora de TV local, iria completar 1 ano nesse trabalho, havia 5 anos que ela deixou a cidade natal, cursou a faculdade de moda e agora tinha uma vida profissional como rotina. E foi nessa rotina, onde somente o trabalho importava que Carol conheceu Vítor, o mais novo galã contratado da emissora. 
Ao colocar os olhos em Vítor pela primeira vez, o achou muito atraente, mas se comparou a todas as outras mulheres da emissora que ficavam de suspiros pelos corredores quando ele passava, então não achou que haveria algo em especial.
Carol iria ter sua primeira desconfiança alguns dias depois, quando ele visitou sua sala para tirar as suas medidas, iria estrear uma mini-série de 10 capítulos, um piloto, se desse certo seria estendido, era um história que se passava no campo, ou algo assim, Carol estava muita ocupada e leu o roteiro por cima, havia muito trabalho naquela emissora.
Vitor bateu na porta da sala, Carol pediu para que entrasse. Era um homem jovem, alto, Carol deduziu que fosse descendente de italianos, devido aos olhos azuis e aquele formato de rosto que exalava masculinidade, Vítor usava um perfume inebriante e sorria, estava realmente feliz de estar ali. E em meio a esse mesmo sorriso, disse:
- Olá, você é a Carol? Pediram para vir até aqui, disseram que você iria me medir, estou certo?
Em uma fração de segundos, Carol já concluiu sua opinião sobre o ator, achou que sua pergunta era um tanto quanto maliciosa, e disse a si mesma que ele era um homem que o sucesso subiu a cabeça e achava poder dar em cima de quem quisesse, mas com ela as coisas não funcionavam desse jeito, então respondeu o mais secamente que pode:
- Sim, um minuto que vou pegar a fita métrica.
Vítor, por outro lado, achou que a figurinista era bonita, porém exageradamente profissional, mas queria que aquilo acabasse logo pois havia que almoçar com o diretor da mini-série dentro de 1 hora e não queria se atrasar.
Carol voltou com a fita métrica no pescoço e um caderninho de anotações, porém antes que pudesse falar qualquer coisa, escuridão, a luzes se apagaram, e os dois mal podiam se ver.
Continua... 
Por Ranielelee
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