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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Divagações [2]

Meu blog esta cheio de histórias que começo e nunca termino, na verdade não consigo na maioria dos casos dar continuidade, ainda não sei porque, tenho suspeitas, acredito que escrevo por escrever, sem compromisso, e não me dedico realmente a terminar, as vezes escrevo para treinar, para usar palavras e para construir frases, para expor algo, sei lá ..... mas enquanto isso, segue mais uma história sem final .... 



Estava ali, cercada de caixas e poeira. Havia já sentido por duas ou três vezes uma forte vontade de sair correndo, largar tudo, mas respirava fundo e controlava o pânico. 

Já haviam lhe dito que era muito pacienciosa. Porém, sabia que não era verdade, não era paciente, era pacifica, e acreditava que havia diferença.

Não gostava de atritos, pra quem analisa-se minunciosamente, constataria que tinha sincero nojo para com qualquer tipo de violência, fazia de tudo para não começar uma discussão e se constrangia com a própria voz, quando por puro nervosismo, atingia tons de agudo. Em geral se portava muito educadamente e sentia orgulho disso, um orgulho velado, do tipo que não se conta vantagem. Demorou muito tempo para ver beleza nas artes marciais e conseguir diferenciar violência de esporte, mais ainda assim, preferia esportes sem contato entre os atletas, como o vólei ou corridas.

Esses pensamentos sobre si mesma passeavam em sua cabeça, enquanto esperava ser chamada, sentada em uma poltrona confortável, reparou que a poltrona não combinava com o restante do ambiente, que tinha um ar de sujo e mal arrumado. Da janela, podia ver dois rapazes que apressados que pareciam transportar pacotes e mais pacotes, ás vezes gritavam algo um para o outro, mas ela não conseguia compreender.

Ouviu seu celular tocar, era seu namorado, desligou, por pouco ia se esquecendo das regras básicas de um processo seletivo, desligar o celular, mas não desligou o aparelho, apenas colocou para vibrar sem som.

A demora estava deixando ansiosa, quando ficava nesse estado, começa a balançar a perna freneticamente, como se cordões invisíveis a puxassem para cima. Gostaria que a vida pula-se essas partes desconcertantes...

- Pode entrar.

Foi essa frase que a trouxe de volta para a realidade, levantou-se da poltrona confortável e descobriu que na sala seguinte haviam duas poltronas exatamente iguais.



















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