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quinta-feira, 10 de março de 2011

Proibido - 1º Parte

"Olha, é proibido fumar aqui"

Olhei, enquanto tragava meu cigarro de filtro suave, olhei para aquela mulher que se aproximou para dizer que era proibido fumar na estação de trem, como se eu não soubesse.

Levei o cigarro novamente aos lábios e ela me interrompeu dizendo:

"Bem, acho que você não esta acreditando em mim, nesse caso, vou chamar aquele segurança para te dizer que é proibido fumar aqui"

Virou nos calcanhares e saiu em direção ao segurança, um cara alto, fora de forma e com o colete de segurança torto. Apaguei o cigarro na coluna mais próxima, não tinha fumado nem a metade, enfie o restante do cigarro de volta no maço.

Por um momento me perguntei, se havia apagado o cigarro por medo do que o segurança iria dizer ou para não desagradar a moça.

Ela olhou para trás antes de abordar o segurança, vendo que eu havia apagado o cigarro, sorriu, virou-se em minha direção, achei que ela iria voltar e ter comigo, mas se dirigiu para o final da plataforma e ficou olhando os trilhos

"Não ultrapasse a faixa amarela" eu disse, após me aproximar.

Ela me olhou de cima a baixo, e eu a olhei de baixo acima, parei meu olhar em seus olhos, nossos olhares se encontraram e se fundiram. Ela sorriu e deu dois passos para trás.

Percebi que a calça jeans que ela usava era um dedo mais larga que sua cintura, era possível ver os lacinhos azuis de sua calcinha, mas acho que ela não ligava pra isso.

"Qual é o seu nome?" Perguntei sem pensar direito

"Cintia" e o seu ?

"Roberto"

Senti que ela inventou aquele nome e me disse, não consegui pensar em um nome falso, usei o meu mesmo. Como um nome pode soar como uma mentira.

"Você é professor Roberto?"

"Não, porque pensou isso?"

"Sua camisa está suja de giz"

Realmente havia um pó branco em minhas roupas, espanei como quem tira um pecado de si mesmo.

"Não é giz, é talco, estava com pressa ao sair de casa. E você Cintia o que faz da vida?" Perguntei ainda de cabeça baixa, retirando o pó branco da calça preta, não vi seu rosto quando respondeu

"Sou prostituta"
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