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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Paranóia

Sentada na cama, se lamentou. 

Enfiou os dedos pelos cabelos e se despentiou mais ainda, seu cabelo sempre estava meio despenteado.

Paranóia e um loop do pensamento.
Aquele lugar vazio, onde a ideia fixa te atormenta.

Claro que o Google deve dar outra definição, mas ela resolveu se auto diagnosticar como paranóica.

A paixão só pode ser uma paranóia.

Mas chamar de paixão era ridículo,  tão ridículo como ela devia estar, sentada na cama se lamentando.

Pensava em procurar um psicólogo, novamente, e praticamente pelo mesmo motivo.

Que criatura digna de pena.

Um mundo desse tamanho, 7 bilhões de pessoas nele, uma vida inteira pela frente...

E ela ali, estagnada na sua paranóia.

Arquitetando meios de contato, criando desculpas esfarrapadas. Quanta energia desperdiçada.

Grande era o desejo de acreditar nessas sentenças, mas seu sentimento era outro.
Sentimento esse que ela tinha vontade de esganar. Já era algo tão corriqueiro que conseguia imaginar uma persona de seu próprio sentimento e mandava ela sentar no puff do quarto, como quem pede

Me da um tempo! Já gastei tempo demais por hoje com esses pensamentos, preciso ir arrumar umas gavetas.




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